Francilene de Menezes Silva
Marilza Bolssanello Tesch
A sociedade do século XXI está caracterizada pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia da informação e comunicação. Um conjunto de novas ferramentas está possibilitando transformações e oferecendo novas formas de conhecer, de fazer e de criar. Um desses instrumentos é a internet, criada pela comunidade científica para fazer acontecer sua própria inteligência coletiva (memória compartilhada, comum). Para Cazeloto (2008), “no ciberespaço, todos os documentos são digitalizados, os resultados da produção cultural estão organizados e disponibilizados”. Baseando-se nessa teoria acredito que o suporte da informática permite representarmos inúmeros elementos que antes não podíamos fazer. No trabalho, as tecnologias da inteligência passam a ser uma transição ou transação de conhecimento. Por isso, aprender a conhecer, a comunicar e ensinar; a integrar o humano e o tecnológico; o individual, o coletivo e o social, são exigências dessa nova ordem.
De acordo com Cazeloto (2008) tudo está disponível e, para cada nova produção, outras se apresentam, para suprirem novas necessidades. São as empresas, as comunidades distantes, tudo fica mais próximo e pode se tornar mais conhecido. As pessoas de vida pública, inclusive os governantes, tornam suas ações mais transparentes, pois as informações podem ser acessadas, copiadas, gravadas, reproduzidas e distribuídas. As tecnologias de informação e comunicação como o computador, a internet e as telecomunicações (rádio, televisão, telefone, entre outros), proporcionam opções e oportunidades para deter e disseminar informações, divulgar a cultura, aquecer a economia e melhorar os índices sociais. Os computadores como fonte de renda e de cidadania é uma iniciativa de inclusão digital nos países em desenvolvimento, em especial, o Brasil, visando minimizar as desigualdades sociais e a pobreza.
Mas, afinal o que é inclusão digital?
De acordo com o minidicionário de língua portuguesa de Ferreira (2001) a palavra inclusão está relacionada a abranger, inserir, introduzir. Já a palavra digital refere-se aos dedos, que representa quantidade ou valores variáveis, por meios de conjuntos finitos. É um aparelho eletrônico que precisa de manuseio para que haja o funcionamento da máquina.
Segundo Silveira (2008), inclusão digital se constitui como sociedade da informação, baseada nas redes digitais, ou sociedade do conhecimento, que privilegia o saber perante o fazer.
Na concepção de Rebelo (2005), a inclusão digital significa, primeiramente, melhorar as condições de vida de uma determinada comunidade, ou populações com a ajuda da tecnologia. Para ele incluir digitalmente não é apenas alfabetizar as pessoas em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores, proporcionando fonte de renda e melhoria da qualidade de vida. E argumenta que somente comercializar e possuir computador não é inclusão digital. É preciso utilizá-los em benefício próprio e coletivo.
Para Cazeloto (2008), a inclusão digital já se tornou uma necessidade para a humanidade, por se expandir a cada dia o número de equipamentos digitais na sociedade. E essa inclusão da sociedade aos equipamentos digitais torna homens e mulheres interligados ao convívio da produção, atribuindo ao capitalismo o poder de transformação social, desenvolvendo novas tecnologias capazes de transformar o mundo.
Analisando estes conceitos, posso compreender que a inclusão digital está voltada para a inclusão social das pessoas, em especial, daquelas de baixa renda. Disponibilizando meios e instrumentos tecnológicos para que a sociedade menos favorecida participe do processo de inclusão digital. A proposta é melhorar sua qualidade de vida, oferecendo ferramenta útil e prática a ser utilizada nas atividades desenvolvidas no cotidiano. Assim, é possível promover a inclusão digital e, conseqüentemente, a inclusão social.
Diante destas conclusões acredito que a inclusão social acontece quando há uma interação da sociedade com os acontecimentos reais. Com a expansão da internet e das novas tecnologias, esses acontecimentos tornam-se mais acessíveis a população. De acordo com Oliveira (2008), a internet é uma tecnologia que possui recursos avançados, disponibilizando aos cidadãos o acesso às informações diversas e com rapidez, além de proporcionar contato com outras pessoas que se encontram em outra cidade, estado e até mesmo em outros países.
No Brasil a inclusão digital encontra-se em processo de implementação. Por isso, há muitas comunidades que ainda não foram contemplados com a infra-estrutura de telecomunicações e tecnologias. Neste sentido, o Governo Federal em parceria com outros órgãos como: Banco do Brasil, ONGs internacionais, e órgãos federais (MEC, SEED), entre outros, desenvolveram diversos programas destinados à inclusão digital e social dos cidadãos brasileiros, para que eles possam adquirir sua própria autonomia, tendo segurança e domínio das linguagens básicas e de programas de computadores, para viverem com dignidade na sociedade contemporânea. Segundo Cazeloto (2008, p. 125), “Se a inclusão digital é o processo de aproximação a um padrão de uso dos equipamentos informáticos considerado ideal, reservamos o termo programas sociais de inclusão digital ou PSID”. A política de inclusão digital do Governo Federal tem respaldo na Constituição Federal, Art. 84, inciso IV. E o Decreto n° 5.602 de 06 de dezembro de 2005 foi criado com o intuito de regulamentar o Programa de Inclusão Digital, instituído pela Lei 11.196, de 21 de novembro de 2005, tendo em vista o disposto no § 1º do Art. 28 da presente lei.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Decreto-lei 5.602, de 06 de dezembro de 2005. Regulamenta o Programa de Inclusão Digital instituído pela Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005. Disponível em
CAZELOTO, Edilson.
Inclusão digital: uma visão crítica.São Paulo: Ed. Senac, 2008.
INFORMAÇÃO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.
Miniaurélio Século XXI: O minidicionário da língua portuguesa. 5ª.ed. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 2001.
OLIVEIRA, Maria Marly de.
Projetos, relatórios e textos na educação básica. Petrópolis RJ: Vozes, 2008
REBELO, Paulo. Inclusão digital: o que é e a quem se destina? Disponível em
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SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Fanfics e fansubbers e a cultura da convergência.
Arede. São Paulo. ano 4, nº 39, p. 13-14, ago.2008.
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